
foto de: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=view&id=32748
Vi uma noticia que me intrigou bastante. A Nikon vai deixar de fazer modelos de máquinas fotográficas analógicas e a Konica-Minolta vai sair do negócio da fotografia e dedicar-se à pesquisa electrónica, associada à Microsoft.
Foi apenas há 70 anos que a Nikon começou a fabricar máquinas fotográficas...e hoje as máquinas analógicas são apenas 5% das vendas. Deixaram de ser rentáveis.
É muito mais cómodo ter uma máquina digital. Retocar as nossas fotografias. Tirar centenas sem que o custo seja muito elevado. Guardar num computador ou num CD centenas de fotografias. Imprimir apenas aquelas que realmente queremos....Enfim, a verdadeira democratização da fotografia. Fácil e barato.
No entanto, não posso deixar de me questionar...não estaremos a perder a verdadeira magia da fotografia?
Aquela magia que apenas um negativo nos poderia oferecer. Uma imagem que uma caixa negra guardava dentro dela e que nos deixava em suspense até a revelarmos. Noções de fotografia, de conhecimentos de luz e outros que vamos deixar de aprender. No futuro, talvez já nem saibamos o que são.
Será que amanhã, uma explicação do que é a fotografia aos nossos flhos vai parecer uma história de encantar e não a realidade aqui tão perto?
É preciso aproveitar o futuro...mas sem nunca esquecer o passado e o que ele nos ensinou!
6 comentários:
Apesar do "post" já ser quase velinho, achei que merecia uma resposta!
Eu, que já sou da nova geração, tenho 15 anos, mas, ainda assim, identifico-me totalmente com o que foi escrito.
Até ao ano passado, não tinha ideia alguma de qual o processo da fotografia, como poderia a fotografia ficar "impressa" num negativo... o processo de revelação, etc.
Foi então no ano passado, numa escola profissional, que ao dar "A Fotografia", aprendi algumas coisas sobre tal. Desde conceitos básicos, a fotografia Pin-Hole, alguma história, o funcionamento de máquinas profissionais, revelação, etc.
Tenho que dizer que foi coisa que gostei, mas há que assumir que a fotografia digital é extremamente mais fácil e barata.
Talvez a "minha" geração seja das ultimas a conhecer este pedaço de história, mas com toda a certeza, é um pedaço de "história" que para além de ser mais uma página no livro das "Histórias de Avôs Para Netos", é uma arte que apesar de ser complicada, é sem dúvida de encantar.
ola. antes de mais quero felicitar, pela qualidade do blog.
gostaria de saber se poderei utilizar o seu texto no meu blog, que tambem trata deste mesmo assunto, ou seja, fotografia analogica. cumprimentos!
Olá Big P,
podes usar o meu texto desque que cites a fonte, isto é, coloques o meu nome e o link do blogue.
Quanto a si, Tiago, não tinha passado po este comentário.
Realmente a fotografia digital é muito mais barata e permiete ser trabalhada como antes não era mas perde-se a beleza da pelicula e todo o processo que elea implicava.
Enfim... como quase tudo, tem lado mau e lado bom.
Bom trabalho.
Olá
É possível chegar a um lab e pedir apenas a revelação do filme. Com um scanner de transparências, a fotografia analógica também pode ser tratada, desde apenas pequenos ajustes de luz e contraste, às coisas mais incríveis que os programas permitem. E depois podemos imprimir apenas as que queremos. Por isso, nem os custos são o que foram quando éramos obrigados a pedir provas em papel de rolos completos (a cores; porque em P/B desde sempre a tradição foi pedir apenas revelação de filme e prova de contacto), nem se é obrigado a tirar milhares de fotos em filme como se tira em digital. Para que veja, a mim um filme de 36 fotografamas dura-me um mês na máquina. E prefiro-o. A contenção do filme exige mais de mim, saber o que quero e crescer, gosto desse desafio constante. Já quando uso a minha digital, posso clicar muito mais e muitas vezes nada se aproveita... Em geral, habituada que estou à densidade e às cores fabulosas e contrastes dos slides, não consigo gostar dos resultados em digital.
Cumps :)
Helena
p.s. A digital tem vantagens indiscutível: para documentar banalidades ("querido, vi este vestido, o que é que achas" + foto digital da montra); para pôr a máquina num tripé e fazer auto-retratos para os documentos; para criar o gosto da fotografia em pessoas que podem acabar por fazer o percurso inverso do digital para o filme (são poucas, mas pelo que leio pela net são algumas, e é fixe quando se lêem tais experiências).
Uso-a também quando tenho autênticas febres, como preparação para o que quero fazer depois em filme (que invariavelmente fica sempre mil vezes melhor hehe)
Helena
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