quarta-feira, setembro 27, 2006

A cocaína é isto...


"(...) o melhor tratamento de choque para um consumidor de cocaína passa por levá-lo a ver como se faz a pasta.
Os lavradores apanham as folhas de coca, metem-nas dentro de um tanque cheio de água (água do rio, sujíssima, quase preta), depois saltam lá para dentro e pisam aquela amálgama durante toda a noite. São homens e rapazes com um aspecto miserável, ar de que não toma banho há várias semanas, cheios de feridas nos pés que, a dada altura, começam a sangrar, enquanto o sangue se vai misturando com a pasta, e eles sem parar, sempre a pisar aquilo. A meio da noite juntam pó de cal àquela mistura, que funciona como catalizador e dilacera ainda mais os pés gretados de quem está a fazer a pisa, e os pés continuam a libertar sangue, e pus, e todas as porcarias que saem das feridas.
Quase no fim da sessão ainda adicionam petróleo à mistura, para fazer uma reacção química qualquer, depois retiram o liquido do tanque e fazem umas grandes bolas de pasta que enrolam em folhas de bananeira. O cheiro é indescritível, chamar-lhe pestilento é pouco.
De seguida mandam as bolas de pasta para a Colômbia, de avião, onde aquilo é refinado com éter, ainda lhe adicionam outro pó branco, e a cocaína está finalmente pronta. Aqueles pés gretados, o sangue, a cal, o petróleo, o éter...e há gente que é viciada e mete aquilo pelo nariz acima. É repugnante."

in CARVALHO, Mário de e Luis Costa, Por dentro das guerras, Prime Books, Dezembro de 2003

terça-feira, setembro 12, 2006

Educação de loucos!

O Ministério da Educação esqueceu-se que passou a existir Economia A e Economia B. Assim sendo, houve exame apenas de Economia A e quem frequentou Economia B foi obrigado a fazer exame de Economia A por ser o único a existir!!!!

Onde é que nós estamos?

E é assim que querem melhorar a educação e parar o abandono escolar...

segunda-feira, setembro 11, 2006

Um filme

A curta-metragem foi bastante interessante.

Senti-me priveligiada por fazer parte deste filme.

O que aprendi não cabe em palavras. Foi uma aprendizagem constante de todos e para todos. Como disse o realizador: a vantagem de um primeiro filme feito com não profissionais (ou com profissionais nas suas áreas mas que não trabalham em cinema) tem a vantagem de não se entrar numa engrenagem já em andamento: vamos todos a prendendo e ensinando uns aos outros e ninguém se julga mais sabedor do que os outros. Foi uma aventura com uma aprendizagem maior do que estava à espera. O grupo era espectacular e também sabia ter conversas interessantes. Fiquei muito feliz por ter feito parte deste projecto. Se vier a fazer um filme, já me sinto um pouco mais preparada.

Para realizar um filme tem de se pensar em tudo, em tudo mesmo. É muito mais dificil e cansativo do que se possa imaginar. Mas se o resultado final for bom: então valeu a pena! E acho que este filme valeu a pena...Luis, nós já temos todos muito orgulho neste filme e tenho a certeza que na montagem vais fazer um trabalho espectacular. Podes ter a certeza que valeu a pena...apesar de todo o cansaço!!!

Cannes, Veneza, Hollywood... aqui vamos nós! ;)