sexta-feira, dezembro 29, 2006

Falta de iniciativa ou asfixia de toda a iniciativa?

Um dia em conversa com uma pessoa, falámos sobre a falta de iniciativa. Particularmente sobre a falta de iniciativa dos jovens.

É bem verdade que existe uma certa inércia nos jovens que, não só não têm iniciativa, como nem sequer se dão ao trabalho de ler as folhas afixadas e depois queixam-se que não sabem das coisas...

Mas também é verdade que os jovens que têm capacidade de iniciativa e de fazer alguma coisa, muitas vezes esbarram em pessoas que não os deixam fazer. E de parede em parede, vai-se perdendo a força...

No meu curso, o estágio é obrigatório. Sem ele o curso não está acabado e não há licenciatura para ninguém... Por isso é nomeado um coordenador da variante (que assina as cartas de pedido de estágio e mais nada), quem procura é a comissão de estágios constituida por alunos.
Por causa de Bolonha, as mesmas áreas irão ter coordenadores distintos conforme os anos... o que já de si dificulta mas vamos tentar trabalhar em conjunto...
Disse ao coordenador da minha variante que queria fazer uma conferência com ele e com mais três professores da casa (que dão aulas nessas variantes) para nos falarem do panorama do sector e das nossas possibilidades bem como eventuais locais de estágio que quem não está no meio nem sempre se lembra. Todos os alunos com que falei se mostraram entusiasmados com a ideia e acham que isso já deveria ser feito há muito tempo...

Eu também não percebia porque não se fazia uma coisa tão simples com uma conferência cujos oradores até são da casa e que, alguns deles, estiveram todo o dia no encontro sobre televisão mas não conseguem dispensar duas horas para tirar dúvidas aos alunos.
O coordenador disse-me que podia ser às 10h00 (!!!! lembrei-lhe que a essa hora tínhamos aulas!!!!), ou então entre as 17h30 e as 18h00...ou seja, dava-nos meia hora (que, obviamente não chega) e ainda parecia que nos estava a fazer um grande favor...

Agora eu pergunto-me: mas não é também dever da universidade orientar os seus alunos e ajudá-los na fase de entrada do mercado de trabalho????
Acho que devia ser. Eu só queria 2 horas do tempo dos senhores... e foi logo o coordenador (quem, supostamente, deveria estar mais preocupado em nos esclarecer...) que nos deu estas respostas...

No mesmo curso, na Covilhã, o estágio não é obrigatório para a conclusão da licenciatura. No entanto, o coordenador do curso esforça-se para arranjar um estágio profissional para os seus alunos (em lugares onde possam vir a ficar). Não precisava pois o estágio não está incluido no curso. Mas fá-lo porque se preocupa com os seus alunos e quer ajudá-los a trilhar um caminho que começaram na universidade... No meu curso é obrigatório e nem para uma conferência o coordenador arranja tempo...

De parede em parede, vamos perdendo a força...

Se calhar até há muitos jovens com espirito de iniciativa mas que já perderam a vontade de lutar... ou estão a recuperar forças depois dos golpes que levaram de onde nunca julgaram possível...

sexta-feira, dezembro 22, 2006

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Um comentário a favor do NÃO que achei importante apresentar também na página inicial

(Porque acho que uma opinião contrária à minha não é, necessariamente, errada e porque o mais importante é que as pessoas votem e que o façam com consciência e o mais informadas possível)

Comentário de Pedro Jerónimo em 21/12/06 16:22

"Cara Ana Luisa, eu sou de opinião contrária e no próximo dia 11 de Fevereiro vou votar NÃO. Porquê? Porque sou pela VIDA.

«Porque é que a vida de um ser que ainda não nasceu tem de ser mais importante do que a vida de quem o traz no ventre?»Não se trata de ser mais importante ou menos importante, a defesa da vida é o ponto fulcral. Neste caso, fica a ressalva de que quem está no ventre não se pode manifestar, ou seja, vamos só dar voz a que a tem?

«Quando a mulher decide abortar há uma morte, a do bebé, porque é que têm de haver duas, a do bebé e a da mãe quando corre mal?»E porque não, não haver nenhuma?

«Porque, não basta já o trauma de ter abortado, a mulher ainda tem de morrer ou, muitas vezes, ficar com graves sequelas para a vida?»E as sequelas que ficam nas que abortam. Acha que conseguem dormir tranquilas sabendo que privaram alguém da VIDA?

«Defendo o DIREITO À ESCOLHA!»Concordo, direito, e dever, de defender a VIDA.

«Acho que o aborto é uma decisão muito séria e que não deve ser tomada de ânimo leve.»Também sou da mesma opinião.

«Não concordo com mulheres que fazem do aborto uma prática contraceptiva mas será que, por causa delas, todas as outras têm de correr risco de vida porque alguém decidiu que não é legitimo abortar?»Também concordo que não deve ser uma prática contraceptiva, mas acha que o aborto clandestino acabará caso vença o “sim” no referendo? Muitas vezes ele efeito por vergonha e, por isso, às escondidas. Por outro lado, acha que doentes que aguardam há anos por uma operação, continuem a ser privados da mesmo só porque alguém decidiu abortar e, por isso, lhes passará à frente?! Como contribuinte não quero “patrocinar” isso! No sentido oposto, e após já se ter verificado que a taxa de natalidade no nosso país é baixa, o Governo do sr. Sócrates prefere financiar a morte, ao contrário da VIDA e das mulheres que pretendem dar à luz. Para tal, têm que se deslocar à vizinha Espanha, acarretando elas próprias com as despesas! Isto é que é promoção à natalidade?! Pegando precisamente na propaganda do engenheiro Sócrates ao “sim”, uma questão se coloca: “Sr. Primeiro-Ministro, é assim que pretende manter-se no comboio da Europa?! Quer despenalizar o aborto, por outro lado continua a contribuir para uma baixa taxa de natalidade! No mínimo contraditória esta política, não?!”

«Será legitimo então ter a criança e abandoná-la num caixote do lixo ou ficar com ela e nunca lhe dar amor? Isso é melhor? Não me parece.»Pois, a mim também não me parece que o caixote seja a melhor solução, até porque existem milhares de famílias desejosas por adoptar uma criança. Tenho uma amiga que foi abandonada pela mãe à nascença e que foi adoptada imediatamente. Diz ela que foi mais amada durante estes trinta e tal anos de vida, que muitas crianças, filhas de pais biológicos!

«O chato é que, muitas das pessoas que defendem o não, se tivessem de fazer uma aborto, se calhar até faziam mas, se tivessem dinheiro, iriam fazê-lo fora do país. Ora...porque é que só quem tem dinheiro deve ter qualidade de vida? O estado-providência foi criado para defender os cidadãos...e ainda acredito nisso!»Pois, cada a caso é um caso e é muito provável que isso aconteça, agora, pegando no “estado-providencia” e na defesa dos cidadãos, essa protecção não devia de começar no ventre? E porque é que – na linha da resposta atrás – eu tenho que pagar, como contribuinte, um aborto? Quem espera por um tratamento/operação no público tem que se sujeitar a esperar, mas as mulheres que querem abortar não, passam à frente? São elas mais que alguém? Quem é o Estado para decidir que esse procedimento é prioritário em relação a uma pessoa que, por exemplo, aguarda por um transplante? Repito: Eu não quero financiar isso, é por esse motivo, que irei votar NÃO.

As opiniões valem o que valem e, apesar de ter uma contrária, acho muito útil este tipo de debates. Há falta deles, aliás. Muitos jovens, com poder de voto, se calhar vão exercer o seu direito no próximo dia 11 de Fevereiro, sem o mínimo de consciência… Isso sim é que está mal."

terça-feira, dezembro 19, 2006

"Fica a convicção que se produz mais do que a nossa capacidade de leitura. "

diz José Carlos Abrantes na sua crónica postada hoje, 19 de Dezembro, em http://osmediaenos.blogspot.com/.

Pois é, realmente cada vez mais me apercebo disso.
Quem, como eu, adora ler sabe muito bem que somos assaltados por "todos os lados" com várias capas de livros que nos saltam à vista. A sinopse aguça-nos o apetite e o nome do autor às vezes ajuda a decidir. Outras nem por isso, a estória parece interessante e isso basta se houver dinheiro suficiente para poder levar uma reliquia dessas para casa.

Sim, para mim os livros são uma reliquia. Tenho muitos livros e muitos mais teria se não fossem os constrangimentos económicos e de espaço! Já não tenho onde os meter e por isso tenho de refrear o meu apetite de comprar mais...mas de vez em quando lá tem de ser...

Um dia perguntaram-me se já tinha lido todos os livros que tenho no meu quarto...Não, não li. E certamente nunca irei ler. Mas gosto de os ter ali.

Sempre fui uma pessoa que lê a toda a hora e quando começa a ler tem de acabar o livro. Vários livros por semana ou, pelo menos, por mês eram o cardápio obrigatório para me sentir bem mas a entrada na faculdade e a enorme quantidade de bibliografia relativa às disciplinas fez-me perder a vontade de ler outros livros. Descobri boas ideias e bons autores nos livros relativos às cadeiras...mas faltavam-me os outros. Andava um pouco triste e sem vontade de ler, achava que tinha perdido o gosto à leitura...

Mas este ano está a ser diferente...tenho mais cadeiras práticas do que teóricas e a bibliografia obrigatória é mais curta (ou sou eu que já não tenha paciência para ela e encurtei -a)...
Redescobri o gosto de folhear um livro que nada tem a ver com a faculdade, o prazer de ter um livro à cabeceira com a certeza de que não vai estar ali meses como acontecia nos últimos tempos.

E quanto mais leio, mais vontade tenho de ler...de partir á descoberta e aprender coisas novas.

Não tenho tempo de ler tudo o que gostaria de ler... mas lá vou tentando deixar cada vez menos livros para trás. ;)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

SIM à DESPENALIZAÇÃO do Aborto

Porque sou pela VIDA!

Porque é que a vida de um ser que ainda não nasceu tem de ser mais imporante do que a vida de quem o traz no ventre?
Porque é que devem continuar a morrer mulheres porque um conjunto de pessoas defende a vida do bebé. Em abortos clandestinos, as mulheres encontram muitas vezes a morte. Quando a mulher decide abortar há uma morte, a do bebé, porque é que têm de haver duas, a do bebé e a da mãe quando corre mal?
Porque, não basta já o trauma de ter abortado, a mulher ainda tem de morrer ou, muitas vezes, ficar com graves sequelas para a vida? Ou ainda ser levada à barra do tribunal...

Defendo o DIREITO À ESCOLHA!
Acho que o aborto é uma decisão muito séria e que não deve ser tomada de ânimo leve.
Não concordo com mulheres que fazem do aborto uma prática contraceptiva mas será que, por causa delas, todas as outras têm de correr risco de vida porque alguém decidiu que não é legitimo abortar?
Será legitimo então ter a criança e abandoná-la num caixote do lixo ou ficar com ela e nunca lhe dar amor? Isso é melhor? Não me parece.

O chato é que, muitas das pessoas que defendem o não, se tivessem de fazer uma aborto, se calhar até faziam mas, se tivessem dinheiro, iriam fazê-lo fora do país. Ora...porque é que só quem tem dinheiro deve ter qualidade de vida? O estado-providência foi criado para defender os cidadãos...e ainda acredito nisso!

Pare para pensar...

Dia 11 de Fevreiro de 2007, eu vou votar SIM.
Sou pela DESPENALIZAÇÃO, não necessariamente pelo aborto.
Acho que deve haver lugar para a livre escolha e que, só passando por essa situação, poderia dizer com total verdade, o que faria.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Site do EXPRESSO desafia bloguers

"O meu blogue passou por aqui" é o nome do desafio que o EXPRESSO lança a partir de hoje a todos os portugueses que já estão na blogosfera. A ideia é ajudar a divulgar blogues criativos, originais, humorísticos ou satíricos.

E como? Simples. Basta que os bloguers candidatos enviem uma mensagem para o endereço sugestaoblogue@expresso.pt, onde, além da morada e do título do seu blogue, devem acrescentar uma pequena descrição do mesmo.

Os seleccionados terão direito a fazer um "post" em "O meu blogue passou por aqui", que ficará destacado durante um fim-de-semana e a manhã de segunda-feira na página de entrada do site do EXPRESSO, passando depois a estar destacado na zona dos blogues do jornal durante o resto da semana, em www.expresso.pt/blogues.

No final de cada novo texto, haverá um "link" para o endereço do blogue eleito, convidando os milhares de leitores que todos os dias passam pelo EXPRESSO a uma visita.
O conteúdo de "O meu blogue passou por aqui" não será apagado, pelo contrário, ficará arquivado e sempre disponível a todos os que olhem para a «montra» de blogues do EXPRESSO.

texto do blog do Expresso

segunda-feira, novembro 27, 2006

"Para onde caminha o guionismo em Portugal?" - continuação

Dia 24 de Outubro discutiu-se o guionismo em Portugal. As suas tendências e projectos de futuro foram tema de debate na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Original vs Adaptação

João Nunes, das Produções Fictícias, referiu que, "num mundo ideal, todos preferiamos trabalhar com formatos originais". Salientou ainda que não vivemos num mundo ideal mas sim num mundo de negócio, "um negócio que tem de ser rentabilizado e quem tem dinheiro tem medo de arriscar num guião que não conhece". Este autor lembrou ainda que nem sempre as adaptaçõs garantem sucesso.
"Acho que teríamos mais a ganhar com originais. Espero que se encontre um equilibrio e que os programadores tenham mais em conta as identidades próprias e que venham a apostar mais em originais" - é a esperança deste guionista das Produções Ficticias.

Manuel Arouca lembrou que o único grande sucesso adaptado foi "Anjo Selvagem". Referiu que "Floribela" não atinge todas as faixas etárias e está em declinio. "É um grande fenómeno de merchandising e não de audiências" - referiu este autor. "Às vezes custa-me a acreditar porque se fazem adaptações..." - confidenciou Manuel Arouca.

Rui Vilhena, da Scriptmakers, mostrou-se "completamente contra as adaptações mas percebo que as pessoas que tomam decisões não queiram correr riscos".

João Matos, da DotSpirit, relembrou que uma adaptação não é só trazer de fora e que também se fazem adaptações de livros, de peças de teatro, etc. Para este autor "adaptação é quando se pega em algo já existente e se torna o texto um bocadinho seu". Este guionista da DotSpirit afirmou ainda que o grau de dificuldade de uma adaptação é bastante maior, "há uma grande responsabilidade em relação ao autor principal" - disse.
Este autor referiu ainda que numa adaptação se trabalha sobre a obra final (já corrigida) e "aprende-se muito". No entanto, não nega que uma obra original dá muito mais prazer.
João Matos referiu que numa adaptação é muito interessante como se podem fazer as pontes culturais. Porque há que adaptar o objecto à cultura em que se vai inseri-lo. "Não há uma única adaptação nem uma só forma de adaptação, há um trabalho sobre a obra de outro autor. Implica responsabilidades, implica dores de cabeça mas uma obra orginal também" - resumiu.
Este guionista da DotSpirit considera que adaptação e original existem lado a lado. "Porque é que há-de ser mais erudito adaptar "O Crime do Padre Amaro" do que a "Floribela"? É diferente mas não tem que ser medido qualitativamente" - defendeu este autor.

Paulo Filipe Monteiro, recordou o potencial perigo da televisão ao ter poucos espaços para experimentar.

Pedro Lopes, da Casa da Criação, defendeu que as adaptações são uma boa escola. "Às vezes confundem-se as adaptações com as traduções e as adaptações NÃO são traduções" - realçou este autor.
"As adaptações não são melhores nem piores, são um desafio, tal como o é um original" - sintetizou.

Os limites do guionismo/ da televisão em relação ao sexo

João Matos considera que o limite "é a lei".

Paulo Filipe Monteiro foi parco em palavras e deixou o seu ponto de vista em forma de gracejo. "É como na vida: sempre que valer muito a pena... e nem sempre tem de estar gente a assistir..."

Rui Vilhena observou que a tendência do mercado da vida sexual está a tomar o protagonismo. "Vejo muito isso nas coisas que vêm de fora" - disse. No entanto, é importante lembra que a maior parte dos formatos com maior teor sexual vêm do cabo e é dificil quando se passa para uma TV generalista. "Ainda é um terreno pantanoso e perigoso" - conclui Vilhena. "Admiro a SIC por ter corrido esse risco e acho que é uma tendência à qual vai ser dificil fugir" - realçou este autor.

Manuel Arouca referiu que "o sexo em televisão é um pau de dois bicos" - pode chamar ou pode afastar. "O mito do sexo é o bom gosto, é a oportunidade" - resumiu este autor.

João Nunes lembrou que se fala de um factor novidade que não é assim tão novo. Já a novela "Gabriela" tinha". "O que é preocupante é quando o sexo deixa de ser o picante adicionado á história e passa a ser a história" - lembrou o autor. Nesses casos as pessoas fogem. Sabendo que o teor desta discussão tinha como base estrutural a novela "Jura", João Nunes fez questão de frisar que não sabia se era este o caso desta novela pois nunca a tinha visto.

Eu concordo com João Nunes pois acho que o sexo já deixou de chocar. É algo já muito perto do considerado normal. Se as pessoas perceberam porque estão a ver aquela cena e se acharem que tem sentido dentro da estória, não a vão rejeitar.

Quanto à novela "Jura" acho que tem um grande potencial pelos temas que aborda mas falhou na aposta que fez em sexo/ nudez. Muitas vezes as cenas de sexo não acrescentam nada à estória, estão ali para chamar a atenção do espectador e depois os temas que mereciam ter maior destaque acabam por não o ter. E nessa altura, as pessoas pegam no comando e mudam para a TVI. Para verem mais do mesmo, ao menos vêem uma novela que tenha algum sumo e de um tipo ao qual já estão habituados. Eu acho que a "Jura" pode vir a ser boa, não sei é se vai conseguir convencer os espectadores que já mudaram de canal.
Aliás, para mim essa novela tem outro ponto que afasta as pessoas, é completamente irreal que, num grupo de grandes amigos, toda a gente vá para a cama com toda a gente. Um ou outro até se admitia que acontecesse na realidade agora.......todos, acho dificil de acreditar.

Durante o tempo aberto ao debate e às perguntas do público ainda se falou na vaga de novas séries americanas que têm chegado a Portugal. Falou-se de que elas têm lugar porque as televisões por lá apostam em coisas novas...e comparou-se isso ao fechamento das nossas estações.

Eu acho que nunca se pode comparar os EUA e Portugal relativamente a isso. Quanto canais têm os EUA? E Portugal? É claro que, se os EUA são, incomparavelmente, maiores e têm muito mais canais de televisão, conseguem estar abertos a mais coisas. Aliás, nos EUA os canais regionais têm bastante sucesso e precisam de novas ideias para completarem as suas grelhas. Se olharmos para o panorama audiovisual português, vemos que por cá o cenário é bem diferente...

Acho que não podemos comparar alhos com bugalhos...mas isso não nos impede de olhar para o que de bom se faz e tentar lá chegar!

terça-feira, novembro 14, 2006

"Para onde caminha o guionismo em Portugal?"

Dia 24 de Outubro discutiu-se o guionismo em Portugal. As suas tendências e projectos de futuro foram tema de debate na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Falou-se bastante da telenovela pois é o formato com maior dimensão e visibilidade em Portugal. Mas guionismo em terras lusas não se limita a telenovelas e houve ainda lugar a 'uma perninha' sobre outros formatos.

Guionistas presentes:
- Pedro Lopes, da Casa da Criação;
- João Matos, da DotSpirit;
- João Nunes, das Produções Fictícias;
- Manuel Arouca;
- Paulo Filipe Monteiro, também professor de guionismo na Universidade Nova;
- Rui Vilhena, da Scriptmakers.

Pedro Lopes começou por distinguir a novela como "formato da palavra." Salientou ainda a chegada ao audiovisual e à telenovela de "toda uma linguagem de videoclip e de jogos".

Está-se, visivelmente, numa altura de mudança. A telenovela está diferente, no seu ritmo, na sua linguagem, nos seus personagens. Também a sociedade está em mutação. A telenovela hoje é diferente da telenovela de ontem e será também diferente da telenovela de amanhã. No entanto, a essência mantêm-se e o formato está longe de estar esgotado.

Paulo Filipe Monteiro observou que "as personagens são a chave de um bom guião" e relembrou a necessidade de "captar o dia-a-dia para fazer bons personagens".

A novela pode ensinar e pode pôr as pessoas a pensar. Faz pensar menos do que outros formatos, sem dúvida, mas ainda assim faz pensar. E faz pensar pessoas que, muitas vezes, não consomem outro tipo de formatos. Porque não passar-lhes alguma informação ainda que num formato algo soft?
A verdade é que as pessoas seguem as vidas retratadas nas telenovelas durante vários meses e sabem os nomes dos personagens. Se houver uma personalidade histórica na telenovela, ainda que diferente do que foi a pessoa, se calhar quem consome este formato passa a saber, pelo menos, o seu nome, que ela existe e que teve alguma importância.

João Matos lembrou que até há bem pouco tempo certas palavras eram proibidas: "em 2001, a palavra homossexual era dificil de entrar num guião". João relembrou que um guionista não pode esquecer-se que está a trabalhar para uma indústria que tem as suas regras. No entanto, "é sempre possível fazer alguma coisa". Este argumentista da DotSpirit reforçou a ideia da existência de uma nova linguagem. Escrever um guião é "fazer todos os dias algo diferente. É uma dança entre quem vê e quem escreve" - resume.

Rui Vilhena alertou para a importância de "consumir tudo, principalmente o que se faz lá fora porque, se isso funcionar, vai ser importado". Este guionista da ScriptMakers considera que o que faz um guionista é 50% de técnica e 50% de 'feeling'. "Um guionista tem de preocupar-se com a técnica e acompanhar as tendências; acompanhar a mutação e ter atenção ao ritmo".

Manuel Arouca relembrou o sucesso de "Jardins Proibidos" a série que impulsionou uma maior produção nacional. "Foi talvez uma novela de emoções e por isso teve tanto sucesso. Foi algo que a Globo sempre fez". No entanto, este autor considera que este tipo de novela acaba por saturar e nasce uma necessidade de novelas de autor. " 'Ninguém como Tu' veio quebrar o que era preciso" - realçou. Foi, talvez, a 'lufada de ar fresco' de que já se precisava. Manuel Arouca considera que "a novela vai funcionar sempre ainda que esteja sempre a mudar. Sempre o mesmo cansa".

João Nunes salientou uma nova tendência que passa por criar coisas que possam funcionar em suportes diferentes. "A linguagem tem estado sempre condicionada por motivos técnicos". No entanto, este argumentista das Produções Ficticias constactou que ninguém sabe como se vai escrever para os novos meios. "Ainda está por descobrir a linguagem própria dos novos meios" - sintetizou.

Também a telenovela nasceu na rádio e foi mais tarde transposta para a televisão. Houve necessidade de uma grande aprendizagem e uma consciencialização acerca das diferenças dos suportes e das especificidades de cada medium.

Falou-se ainda de originais versus adaptações e dos limites de certos temas - mas isso fica para uma próxima postagem...

terça-feira, novembro 07, 2006

"Cada ser humano, mesmo que sujeito a terríveis condições, é minimamente capaz de distinguir o bem do mal. Tem liberdade de opção, mesmo que limitada - ou seja, é responsável pelos seus actos e como tal tem de responder por eles. É essa liberdade que faz a nossa humanidade."

Esther Mucznik , Público de 3 de Março de 2006

sábado, outubro 28, 2006

"Galáxia" da informação diária: que sentido(s)?

Dia 23 de Outubro de 2006 a aula de Análise do Jornalismo foi diferente.
Discutiu-se a galaxia da informação diária colocando a questão: que sentido(s)?

Os intervenientes foram:
- João Palmeiro - Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa
- Nuno Henrique Luz - Director do jornal "Metro"
- Miguel Gaspar - Director executivo do "Diário de Notícias"

João Palmeiro coloca a questão do "preço" da informação e diz que "o grande problema dos jornais e revistas pagas são os distribuidores" - a rede de distribuição e a rede de quiosques. O Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa reflecte sobre a figura do ardina que "não ia para casa se houvesse uma possibilidade de vender o jornal pois se não vendesse os jornais que tinha, teria de carregá-los". Nota ainda que, dentro das cidades há barreiras à entrada de jornais como as caixas de correio pequenas e as portas fechadas dos condominios.

Nuno Henrique Luz diz que um jornal gratuito "ajuda a ultrapassar uma barreira" ao aproximar as pessoas de um suporte/ área de informação que não achavam que lhes era dirigida porque tinham dificuldades em lê-la. Recorda o êxito dos jornais desportivos e associa-o com a facilidade com que se lêem. O Director do jornal "Metro" concorda com João Palmeiro em relação aos problemas de distribuição. Por isso os gratuitos vão ter com o leitor. Porque as pessoas têm uma vida cada vez mais rápida e não têm, durante o trajecto até ao trabalho, locais onde comprar o jornal.

Miguel Gaspar centrou-se na crise da imprensa dita de referência e avançou problemas de cultura e de foro económico.
"Cultura das redacções" - uma cultura instalada, de acharem que são "mais" do que os jornalistas das redacções de outros jornais. Lançou a questão "será que há capacidade para compreender a mudança de contexto?"
"Cultura das administrações" - Será que "compreendem a mudança?"

Quanto à área económica há que perceber "se existem meios" e como chegar a novos leitores. O Director executivo do "Diário de Notícias" lembrou que há uma "desafectação" nas camadas mais novas.

Miguel Gaspar ressalvou ainda que a agenda está errada, que é "extremamente redundante", normalmente, uma agenda de poderes.
Lembrou ainda que "se perderam algumas coisas positivas que vinham da tradição e que não foram substituidas por outras". Há que voltar "à humildade de não querer meter na cabeça das pessoas aquilo que nós pensamos!"

Miguel Gaspar lembra que os jornalistas têm que sair à rua. "Os jornalistas deixaram de compreender que o seu papel é fazer perguntas e não, dar respostas" - diz.
Recorda ainda que a imprensa tem que evoluir e que não há meios para isso. "A porta de mudança está na abertura à Internet. A questão é perder dinheiro e evoluir ou perder dinheiro e não fazer nada!" Um jornal, mais do que papel, é uma marca, uma marca de credibilidade. "A credibilidade é que dá valor e a credibilidade é maior do que o valor do negócio."
"O valor da comunicação está na desmaterialização das coisas" DN é uma marca que pode continuar a ser marca em outras plataformas. Miguel Gaspar recorda ainda que é errado pensar um medium isoladamente (no mundo de hoje).

quarta-feira, outubro 18, 2006

Um dia a Falar de Imagens na FCSH - Universidade Nova de Lisboa

Uma iniciativa organizada por José Carlos Abrantes com a colaboração do Departamento de Ciências da Comunicação da FCSH.


O dia começou com o primeiro painel sobre "Fabricar Imagens". Monique Sicard, investigadora do CNRS - Paris deslocou-se a Lisboa para esta conferência e para o lançamento do seu livro "A Fábrica do Olhar" , obra que inicia uma nova colecção das Edições 70, "A Construção do Olhar", dirigida por José Carlos Abrantes.

Monique falou das imagens, da sua geneologia e do seu valor simbólico. Aqui fica a desconstrução da palavra regard (olhar em português).

REGARD tem a sua origem no termo etmológico que significava fazer um buraco para olhar para um cano. Significa olhar e significa ainda guardar de novo (desconstrução da palavra francesa - re gard). Partilhou connosco que, em França, os edificios que os donos não conseguem reconstruir são iluminados para não desaparecerem. Pensa-se assim que estão protegidos. É a dimensão de protecção da palavra "regard"

IMAGEM vem do latim imago, o duplo, a cópia do referente, o que persiste depois do referente desaparecer. Discussão ainda sobre a identidade de imagem que, hoje passa pela coisa, esquecendo-nos, muitas vezes, que é apenas a cópia. Esta noção também está ligada ao sujeito alienado que, muitas vezes prefere a experiência mediatizada à experiêcia real. Um caso concreto citado foi o de uma criança que está a assistir a um jogo de futebol no estádio e que fica triste por não poder ver a repetição do golo (o que poderia ver se estivesse a ver televisão).
Esta discussão não foi toda após a conferência de Monique Sicard mas é um tema que foi aqui levantado e que percorreu os assuntos dos vários painéis.

Monique lembrou ainda que a FOTOGRAFIA
foto - luz
grafia - escrita
é a escrita da luz e que, como tal, encarna em si as várias dimensões - fotográfica, televisiva e cinematográfica.

"Fabricar imagens com as palavras", "Fabricar Olhares"

Seguiu-se o painel sobre "Fabricar imagens com as palavras" que contou com a escritora Lídia Jorge que tem o seu livro "A Costa dos Múrmurios" adaptado ao cinema pela realizadora Margarida Cardoso. Lídia Jorge (ladeada por Paulo Filipe Monteiro - Presidente do DCC e por José Carlos Abrantes) veio falar-nos da sua experiência enquanto escritora e da necessidade de se ter uma base literária para uma melhor compreensão das imagens e para escapar à alucinação do terramoto de imagens que invadem, actualmente, as nossas vidas.

Lídia começou por dizer que, "no mundo da literatura, pode dizer-se que, no principio, era a imagem".
Porque antes de cada livro, há uma imagem, fisica ou mental, que impulsiona a escrita. A imagem que, durante 10 anos, não saiu da cabeça de Lidia Jorge e, a partir da qual, se formou o seu livro "A Costa dos Múrmurios", foi uma imagem de uma chuva de Gafanhotos que presenciou em Moçambique, onde esteve durante a guerra colonial.

Lídia Jorge falou também do assombro que a assistiu quando viu pela primeira vez o filme a partir do seu livro. Não era nada como tinha imaginado e a sua primeira reacção foi não compreender. Mas depois percebeu. A literatura e o cinema têm diferentes caminhos e diferentes modos de contar uma história para chegarem aos mesmos sitios e aos mesmos sentimentos. Lidia percebu isso, notou uma grande obra no filme e sente-se agradecida por não ter participado no processo de produção do filme "pois teria sido um erro". Uma aprendizagem que não esquece.

De seguida, teve lugar o painel "Fabricar Olhares" com moderação de Jacinto Godinho, jornalista da RTP e professor da FCSH.

Os intervenientes neste painel foram o professor universitário e critico de cinema, Eduardo Cintra Torres, que veio falar de um cd didáctico encomendado pelo Ministério da Educação, subordinado à compreensão das imagens, cujo titulo é" Ler Imagens".

Beatriz Batarda, actriz, esteve também presente e falou da imagem do actor (onde preza muito a voz como inicio de construção de uma imagem) e ainda, do actor na imagem (da sua experiência e da necessidade de se compreender toda a téncica para melhor construir o personagem).

Ficou no ar a questão "porque não fazer um cd do mesmo género adaptado ao nível universitário e também fazer venda ao público?

"Fabricar o real e o imaginário"

"Fabricar o real e o imaginário" foi o último painel do dia. Com moderação de Maria José Palla, professora do departamento de estudos portugueses e fotógrafa e participação do realizador de filmes de animação Pedro Serrazina e do realizador de documentários Sérgio Treffaut.

Sérgio Treffaut aprentou um excerto do seu filme "Lisboetas", Serrazina apresentou "a estória do gato e da lua". Pedro Serrazina focou ainda a sua formação em arquitectura como forma de explicação de certos modos de concepção.

O debate desenvolveu-se sobre, entre outros temas, o cinema de autor, debate que já tinha sido levantado no painel anterior.

Para uma síntese do dia, ver http://mesticagens.blogspot.com/ onde se encontram excertos das palavras de Catarina Alves Costa, realizadora de documentários e docente do departamento de Antropologia e também de Francicso Rui Cádima, professor do departamento de Ciências da Comunicação e especialista em televisão.

quarta-feira, setembro 27, 2006

A cocaína é isto...


"(...) o melhor tratamento de choque para um consumidor de cocaína passa por levá-lo a ver como se faz a pasta.
Os lavradores apanham as folhas de coca, metem-nas dentro de um tanque cheio de água (água do rio, sujíssima, quase preta), depois saltam lá para dentro e pisam aquela amálgama durante toda a noite. São homens e rapazes com um aspecto miserável, ar de que não toma banho há várias semanas, cheios de feridas nos pés que, a dada altura, começam a sangrar, enquanto o sangue se vai misturando com a pasta, e eles sem parar, sempre a pisar aquilo. A meio da noite juntam pó de cal àquela mistura, que funciona como catalizador e dilacera ainda mais os pés gretados de quem está a fazer a pisa, e os pés continuam a libertar sangue, e pus, e todas as porcarias que saem das feridas.
Quase no fim da sessão ainda adicionam petróleo à mistura, para fazer uma reacção química qualquer, depois retiram o liquido do tanque e fazem umas grandes bolas de pasta que enrolam em folhas de bananeira. O cheiro é indescritível, chamar-lhe pestilento é pouco.
De seguida mandam as bolas de pasta para a Colômbia, de avião, onde aquilo é refinado com éter, ainda lhe adicionam outro pó branco, e a cocaína está finalmente pronta. Aqueles pés gretados, o sangue, a cal, o petróleo, o éter...e há gente que é viciada e mete aquilo pelo nariz acima. É repugnante."

in CARVALHO, Mário de e Luis Costa, Por dentro das guerras, Prime Books, Dezembro de 2003

terça-feira, setembro 12, 2006

Educação de loucos!

O Ministério da Educação esqueceu-se que passou a existir Economia A e Economia B. Assim sendo, houve exame apenas de Economia A e quem frequentou Economia B foi obrigado a fazer exame de Economia A por ser o único a existir!!!!

Onde é que nós estamos?

E é assim que querem melhorar a educação e parar o abandono escolar...

segunda-feira, setembro 11, 2006

Um filme

A curta-metragem foi bastante interessante.

Senti-me priveligiada por fazer parte deste filme.

O que aprendi não cabe em palavras. Foi uma aprendizagem constante de todos e para todos. Como disse o realizador: a vantagem de um primeiro filme feito com não profissionais (ou com profissionais nas suas áreas mas que não trabalham em cinema) tem a vantagem de não se entrar numa engrenagem já em andamento: vamos todos a prendendo e ensinando uns aos outros e ninguém se julga mais sabedor do que os outros. Foi uma aventura com uma aprendizagem maior do que estava à espera. O grupo era espectacular e também sabia ter conversas interessantes. Fiquei muito feliz por ter feito parte deste projecto. Se vier a fazer um filme, já me sinto um pouco mais preparada.

Para realizar um filme tem de se pensar em tudo, em tudo mesmo. É muito mais dificil e cansativo do que se possa imaginar. Mas se o resultado final for bom: então valeu a pena! E acho que este filme valeu a pena...Luis, nós já temos todos muito orgulho neste filme e tenho a certeza que na montagem vais fazer um trabalho espectacular. Podes ter a certeza que valeu a pena...apesar de todo o cansaço!!!

Cannes, Veneza, Hollywood... aqui vamos nós! ;)

terça-feira, agosto 22, 2006

Noticias de mim...

Tenho andado em Castelo Branco. Na rádio, tal como tinha dito. E já agora, um bocadinho de publicidade: Rádio Urbana - 97,5 FM Castelo Branco, 100,8 Região da Gardunha.
Estive na Rádio três semanas e aprendi bastante. Sobretudo percebi como as coisas funcionam e como as pessoas podem ser matreiras. Conheci uma rapariga muito simpática que me ajudou a integrar e que esteve sempre pronta a ensinar. Não é que todos os outros não fossem simpáticos mas a Arlete era a pessoa mais aberta e, por isso, aquela com quem estava mais à vontade.

A Rádio (pelo menos aquela, é uma rádio regional e tem poucos meios, incluindo os meios humanos) é um pouco diferente do que imaginava. Não é que tenha perdido o encanto mas é bem diferente. Percebi que, como jornalista, o maior prazer não será trabalhar numa rádio pois as noticias aí são curtas, rápidas e não há tempo para grandes investigações. Essas ficam para os jornais ou para as televisões em programas especificos. À rádio resta a música e os informativos curtos, à excepção de rádios informativas onde se pode desnvolver mais. A Rádio é um desafio pois há muito a fazer em pouco tempo e há poucos meios humanas mas, o que eu gosto é procurar, desenvolver, fazer reportagens e na rádio há pouco espaço para isso. O interessante da rádio será, talvez, a animação. Mas para animar há que ter um grande à vontade. E deve-se usar os programas para dar informações úteis. Como fazem na Urbana (pelo menos em alguns programas). Foi giro perceber como funciona mas, agora sei que não é bem aquilo que quero fazer.


Agora estou numa curta-metragem de um colega meu. Vou fazer a anotação ainda que não esteja bem certa da função em si. Já conversámos e espero fazer bem a minha parte. O filme pega no familiar/ não familiar ou unheimlich. Pega num casal que de casal só tem o nome e o facto de viverem na mesma casa pois seria dificil estarem mais afastados do que estão. Pega num homem que tem uma grande relação com o seu cão mas que não consegue fazer o mesmo com as pessoas. Há boas ideias de realização e o realizador tem uma noção bastante boa do que quer fazer. Sabe o que quer e o que ele quer parece-me que funciona bastante bem. Também está reunido de bons profissionais: fótografos profissionais, um camera de tv. O filme vai ser feito na sua camera HDV que me parece ter uma qualidade impressionante. Todos sabem o que estão a fazer e, talvez o mais importante, todos se conhecem relativamente bem e todos se dão bem. Porque, como diz o realizador, um filme tem que ser feito num ambiente porreiro e descontraido apesar de ser feito de uma forma séria. Todos levam a sério os seus papéis mas isso pode ser feito de forma a que fazer o filme seja um prazer e não uma chatice com uma pressão de morrer. A pressão existe, claro, mas tem também de deixar espaço para o prazer de fazer um filme. Como ele diz, de stresses e mau ambiente estava ele farto, por isso saiu da televisão. Se fosse para ter um filme assim, mais valia não ter filme!

Espero que corra tudo bem e que nada falhe por causa de mim. Parece-me que sou a pessoa menos segura da sua função. Vamos ter uma semana de ensaios e uma semana de rodagem. Espero que os eventuais erros e faltas sejam ultrapassadas nos ensaios. Aprender, tenho a certeza que vou aprender bastante! E divertir-me, espero que também.

Unheimlich..........talvez um dia num cinema perto de si.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Exames

A média de quimica subiu, houve o dobro de positivas e a Ministra da educação acha que "valeu a pena".
Não sei se valeu ou não, o que acho é que, havendo repetição, deveria haver de outros exames também. Por exemplo, de fisica e quimica de 11º.

Podem dizer que 11º não é 12º e que o que está em jogo é o acesso ao ensino superior...então dou-vos uma novidade: os exames realizados este ano no 11º ano (pela primeira vez) são exames para o acesso à universidade também. São exames de um programa novo que estes alunos iniciaram no 10º ano. Na escola da minha irmã, de duas turmas que fizeram o exame numa 1ª fase apenas 2 ou 3 alunos tiveram positiva. A professora disse que foi assim um pouco por todo o país. O exame tinha perguntas às quais nem os professores sabiam responder e responderiam igual aos alunos. Tinha perguntas cuja resposta era diferente da que está no livro adoptado pela escola...

Por tudo isto pergunto: se houve excepção para os alunos do 12º porque não houve também para os alunos do 11º? Os do 11º são menos que os do 12º? Muitos deles estão já impedidos de utilizar esta prova de ingresso para aceder à universidade pois não conseguiram alcançar os 9,5 necessários.

Pergunta à ministra: lembrou-se deles?

Acrescento ainda a inconstância e o nervosismo que a remodelação no ensino secundário provocou. Estes alunos que se encontram no 11º são os alunos que já estão dentro da reforma e, por isso, souberam muito mais tarde quando seriam os seus exames e até quantos exames poderiam ou teriam de fazer.

Porque é que se faz tudo em cima do joelho sem pensar nos problemas que isso traz aos alunos?
A escola é feita de alunos e para os alunos. Ou pelo menos deveria ser assim...

sexta-feira, julho 21, 2006

Apetecia-me estar aqui


Apetecia-me estar aqui. Onde quer que isto seja.
Gostei desta fotografia e decidi pô-la aqui.

Não tenho feito grande coisa este mês mas estou bastante cansada. Como alguém diria "fazer nada, cansa!" E muito!
Espanhol de manhã e à tarde.........ronha. Penso em ir à praia mas depois a ideia de uma fila até ao outro lado e de meia hora para estacionar o carro deixa-me sem forças. Volto-me para o lado e adormeço ou perco-me nas linhas de um livro para o qual há muito tempo não tinha tempo nem paciência.

E assim vai o Verão...
No mês que vem vou estagiar para uma rádio em Castelo Branco. Espero que corra tudo bem e que aprenda bastante mas parece-me que vai ser dificil trabalhar o dia todo...agora nao faço grande coisa e estou cansada!

Enfim, boas férias para todos ;)

quarta-feira, julho 12, 2006

Zidane e as injustiças do mundo...

Porque é que quando o Zidane agride um jogador a questão é: o que o jogador lhe terá dito?
Qunado o Figo quase o fez e o Cristiano Ronaldo agrediu um jogador foi só dizer que não tinham fair play, ninguém falou no que os outros jogadores lhe poderiam ter dito ou feito!
Mas quando é com o Zidane, o que interessa é o que o outro disse. Sim, porque o Zidane desculpa-se, coitadinho, chamaram-lhe alguma coisa...
Os portugueses já não, dão cabeçadas e encontrões porque lhe apetece...devem ser malucos mas o Zidane, coitadinho...

Isto a mim parece-me nojento!!!!!!!!!!!!!!

Quero lá saber o que o outro disse ao Zidane! Agressões não se fazem, independentemente do que acontecer. Zidane em campo está a trabalhar e sabe que não pode ter atitudes destas. Isso não dá o direito aos jogadores de dizerem tudo o que puderem mas sabem que não podem agredir os outros jogadores.

Uma mancha numa bonita carreira.
Uma despedida que podia ter sido diferente...quiçá a erguer a taça de campeão do mundo!

Mas é assim, quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga, já dizia o nosso António Variações...

sábado, julho 08, 2006

Português, espanhol, portunhol...

Comecei este mês a aprender espanhol. Se vou estudar para Espanha, convém saber já umas coisitas para que "nuestros hermanos" compreendam qualquer coisita do que eu digo.

Possivel explicação para que os espanhóis não nos entendam e para nós os conseguirmos entender:
Eles não têm acesso a nada em português: os livros são traduzidos, os filmes dobrados e a música portuguesa não é muito conhecida por lá.
Nós vemos filmes espanhóis com legendas (sempre apreendemos qualquer coisa) e ouvimos música em espanhol (seja de espanhóis ou de latino-americanos).

Coisas interessantes do espanhol /português:
espantoso significa horrivel em espanhol.
esquisito significa muito bom.

O Portunhol já era! Ou vai ser a língua de futuro da Peninsula Ibérica?
Agora está na moda em Espanha, principalmente em Madrid, aprender português. Por causa das relações comerciais. Aqui, cada vez mais é necessário o espanhol para concorrer a um emprego.

Hasta la Vista!

segunda-feira, junho 26, 2006

Vida de Estudante

No meio dos livros, ando perdida. É frequências para fazer, trabalhos para entregar, diário individual (para inventar!) pensar em exames possiveis................
Enfim, a vida está dificil.............e por isso os posts escasseiam.

Mas isto vai melhorar! ............. o mais rápido possivel!

quinta-feira, junho 01, 2006

A 3 de Maio este blog fez um ano


É um blog com pouca actividade mas não deixa de estar de parabéns. Parabéns com um mês de atraso mas....ainda assim de Parabéns

quarta-feira, maio 10, 2006

F de Falsidade


É triste quando aquele que julgavas amigo, afinal te mostra que não o é.

É triste quando esperas algo de alguém e quando realmente precisas............tudo era ilusão.

Não sei como algumas pessoas conseguem ser tão falsas.....mas são-no, e com o maior descaramento.

Mas...............talvez tudo seja falso e nós andemos a enganar-nos a nós próprios. A representar falsos papéis, a viver falsos momentos...

Falsidade é algo muito feio. Mais vale mostrar-se logo o que se é. O parecer não chega!

Erasmus...............em Valladolid

Pois é. Desta não estava à espera.
Só me candidatei para Barcelona e....não entrei.
Depois percebi a burrice e resolvi ficar com umas das vagas sobrantes. Neste caso, na Universidad Europea Miguel de Cervantes.

Será que realmente vou?
É uma experiência muito boa. Mas o meu objectivo principal é fazer as cadeiras que me interessam.

A ver vamos..............

quarta-feira, abril 19, 2006

Erasmus

Fazer ou não fazer: eis a questão!

É bom. É uma experiência interessante. Aprende-se muito. Pode fazer-se coisas diferentes. Temos outras disciplinas lá fora. Se fizesse seria em Barcelona e há a possibilidade de um mini estágio por lá num canal de televisão ...

É caro. Será que compensa?6 meses longe, partilhar uma casa que pode ter poucas condições...

Enfim, não sei que faça!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, abril 05, 2006

F de Falta


A falta que tu me fazes.
A falta que me faz quem partiu.

A falta que me faz a ilusão. E mesmo assim sonho, mas com os pés colados ao chão.
A falta que me faz a imagem de quem eu admirava e que a vida me mostrou ser pior do que outras pessoas das quais eu não gostava. Desilusão.

A falta do que não tenho. A falta do que eu não sei o que é mas mesmo assim me faz falta. Porque às vezes há um vazio.........um vazio que nos torna nada e nos faz querer tudo, um tudo que nem nós sabemos o que é.

As faltas que cometo com os outros e que os outros cometem comigo.

Porque falta pode ser muita coisa.
Porque eu não gosto de estar em falta nem que estejam em falta comigo. Sou apologista do "não faças aos outros o que não queres que te façam a ti".

Falta tempo e falta vontade.
Falta tudo e não falta nada.

Porque sempre faltará qualquer coisa.
O Homem vive de sonhos, se um dia conseguir acabá-los, estará morto.

"É o sonho que comanda a vida".

segunda-feira, abril 03, 2006

Hoje apetece-me...

Hoje apetece-me falar de tudo e de nada.
Falar do tempo, da lua e do sol, de um mundo sem sofrimento e de injustiças...apetece-me fugir!

Hoje apetece-me sorrir e correr pela praia com a liberdade de uma criança. Apetece-me voltar a ser criança e deixar tudo o que me preocupa de lado.

Apetece-me cantar, dançar, correr e partir...para onde? não sei! Apetece-me sair daqui.

Hoje apetece-me ser feliz.

Mas a realidade não é um filme e a vida pode ser mais cruel do que um filme de terror. Ou não... Certo é que não é um mar de rosas. Para ninguém. Lamentamo-nos mas haverá sempre alguém ao nosso lado que ainda terá mais razões para se lamentar.
Isso não significa que os nossos problemas não sejam grandes ou importantes. São, mas haverá outros que ainda serão maiores. E, apesar de tudo, temos que conseguir levantar-nos e sorrir. Dar força a quem precisa e lembramo-nos que afinal, podia ser pior...

Só que às vezes, na penumbra da noite, as forças fogem-nos e os nossos problemas tornam-se monstros instransponiveis...

Hoje apetece-me deixar tudo e ser livre............mas depois lembro-me que ninguém o consegue totalmente...
Enfim, é a vida! Por pior que ela seja, é o melhor coisa que temos...sem ela, nada é possível!

quarta-feira, março 22, 2006

Hoje é o dia Mundial da Água

Porque a água é muito importante. A água "é o petróleo do séc. XXI". Há já quem vaticine futuras guerras devido à água.

Mas, apesar de todos sabermos destes factos, nem todos se consciencializaram ainda de que a água (doce) é um recurso que um dia vai acabar. E talvez acabe mais depressa do que se pensa porque os consumidores não estão a racionalizar, apesar de todas as campanhas para o efeito.

Aqui ficam alguns conselhos retirados de: http://www.esec-alfredo-silva.rcts.pt/pouparagua.htm

Poupar água é não desperdiçar água nos consumos inúteis a que muitos se foram habituando ao longo dos anos. Para poupar, consumindo apenas a quantidade que realmente se necessita na actividade diária, é essencial corrigir os maus hábitos.
Reveja toda a canalização doméstica por forma a que se evitem perdas nas torneiras, nos autoclismos, nos esquentadores, nas máquinas e nas junções.

Na casa de banho:
Em cada descarga do autoclismo gasta-se 10 a 15 litros de água ( corresponde à água que um habitante das regiões semiáridas de África gasta por dia). Utilize-o apenas quando for necessário.
Opte por um autoclismo de baixa capacidade ou de dupla dose e diminua o volume de descarga do autoclismo colocando uma garrafa cheia de água ou areia no depósito do autoclismo.
Evite os banhos de imersão e, ao tomar duche, molhe-se e feche a água enquanto se ensaboa. Não demore muito tempo no chuveiro.

Prefira o duche ao banho de imersão, pois poupa água e é mais higiénico: num banho de imersão gasta cerca de 200 litros de água; num duche, se demorar apenas 5 minutos, gasta 20 litros. Não deixe a água a correr enquanto se ensaboa.
Utilize chuveiros de baixo caudal e fluxo turbulento, assim como compressores nas torneiras, evitando gastos desnecessários de água;

Nas suas lavagens de higiene pessoal, tape o buraco de saída da bacia e encha-a apenas com a água indispensável. Ao lavar as mãos , se deixar a torneira aberta poderá gastar 2 a 18 litros.

Não deixe a água a correr enquanto estiver a lavar os dentes. Assim, poupará 10, 20 ou mesmo 30 litros de água. Uma torneira normal pode atingir um caudal de 10 litros / minuto.

Na cozinha:
Não lave a loiça peça a peça; junte-a e lave-a 1 ou 2 vezes por dia.
Antes de lavar os pratos, tachos, panelas ou frigideiras, limpe-os. Se necessário, deixe de “molho” os tachos e panelas.
Não lave a loiça em água corrente. Utilize a bacia do lava loiça ou um alguidar.
Use a mínima quantidade de detergente necessário para uma lavagem eficaz. Poupará água e detergente.
Se tiver máquina de lavar, não a ponha a trabalhar sem a carga completa; lembre-se que quando a liga ela consome 18 a 30 litros de água.

Na lavagem da roupa:
Uma máquina de lavar roupa consome 60 a 90 litros de água por lavagem. Use-a apenas com a carga máxima. Para pouca roupa ou peças isoladas não use a máquina.

Na rega:
Há plantas que necessitam de pouca água. Evite regá-las sem necessidade.
Se possível, utilize água de poços ou ribeiros ou mesmo água de lavagem de legumes e frutos.
Regar de manhã ou á noite, é poupar água que se perde com o calor ou o sol, ... além de ser mais adequado para as plantas.
Não lave nem regue a rua à frente da sua casa. Deixe esse trabalho a cargo das autoridades competentes.

... E além de poupar água, tenha em conta que:
Uma torneira a pingar, nem que seja um pingo mínimo, pode desperdiçar mais de 200 litros de água por dia; feche-a bem e, se estiver avariada, mande consertá-la;

Se o autoclismo, cano, etc., perderem água, procure arranjá-lo rapidamente;
Se vir uma fuga numa boca de rega ou noutro ponto da conduta, previna a Junta de Freguesia e/ou a Câmara Municipal.

O dia mundial da poesia e da floresta são dias muito importantes também...mas deixei passar o dia e hoje impera uma postagem sobre a água...um bem precioso e vital.

sábado, março 11, 2006

E de Escolhas


Escolhas fazemos nós todos os dias. Umas mais importantes que outras mas tudo parte de uma escolha. Umas que vão mudar a nossa vida, outras que ajudam a escrevê-la, outras ainda que são quase automáticas e que já nem percebemos que são escolhas.

Porque a vida é feita de escolhas. Porque não acredito num destino previamente definido, mas que se vai definindo à medida que fazemos escolhas, à medida que escolhemos um caminho e não outro. A vida é uma estrada cheia de cruzamentos e, em cada um deles, temos de escolher um caminho que terá, obviamente, altos e baixos, mas que não serão os mesmos que encontraríamos se tivessesmos escolhido outro caminho.

As maiores decisões, as escolhas que realmente importam, são feitas por nós. Mas, por vezes, é tão prático deixar os outros escolher! De qualquer forma é a nossa vida e, mal ou bem, devemos decidir o que queremos e assumir as nossas escolhas, independentemente dos caminhos onde elas nos levam.

Porque podemos sempre mudar de rumo. Não podemos é apagar o passado. Mas podemos aprender com os nosso erros!

Porque temos o direito à escolha! Não devemos deixar que o façam por nós...

quinta-feira, março 09, 2006

D de Doença ou doente

O que é estar doente?


Estar doente pode ser apenas uma mera constipação ou pode ser já uma pneumonia e então há que ter bastantes cuidados.

Estar doente pode ser ter varicela, ter uma depressão ou um esgotamento. Estes últimos requerem mais cuidado.

Mas quando se chega à recta final da vida e, na mesma pessoa, se junta a doença de Parkhinson, de Alzhimer e um misto de loucura...o que fazer?

É uma doença. Isso é certo. Mas é uma doença que afecta quem a tem e todos os que lhe estão à volta. Por mais que não se queira levar a pessoa para um lar ou para onde quer que seja, a verdade é que ninguém aguenta ter uma pessoa assim em casa.

Os nervos ficam destruidos.

Podem até achar que é egoismo da minha parte falar assim...mas a verdade é que, só passando pelas coisas, conseguimos compreender verdadeiramente a situação.

Nunca pensei ver chegar a minha avó a esta situação. Ela sempre teve muitos problemas de saúde e estávamos, há muito, preparados para o trabalho que iríamos ter com ela. Só não estávamos preparados para que isso quase destruisse as nossas vidas...


O que fazer? Não há respostas certas nem erradas. Mas nós temos uma vida a construir...e a dela, mal ou bem, já quase vai passada...

Um pequeno apontamento sobre Direitos e Deveres (proposto por CP).
A liberdade de uma pessoa acaba onde começa a de outra.
Os meus direitos só podem ser respeitados se respeitar os dos outros.

Liberdade implica responsabilidade. Direitos implicam deveres.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

C de



História
Em Roma
, em Glória ao deus Saturno, comemoravam-se as Saturnais.Esse festejos eram de tamanha importância que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na "avenida", com homens e mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Muitos dizem que daí saiu a expressão carnevale.

A história do carnaval começa no princípio da nossa civilização, na origem dos rituais, nas celebrações da fertilidade e da colheita nas primeiras lavouras, às margens do Nilo, há seis mil anos atrás.Os primeiros agricultores exerciam a capacidade humana, que já nas nas cavernas se distingiuia em volta da fogueira, da dança, da música, da celebração...

Foram na intenção da Deusa Isis, no Egito Antigo, as primeiras celebrações carnavalescas.Com a evolução da sociedade grega evoluiram os rituais, acrescidos da bebida e do sexo, nos cultos ao Deus Dionisus com as celebrações dionisíacas.Na Roma Antiga bacanais, saturnais e lupercais festejavam os Deuses Baco, Saturno e Pã. A Sociedade Clássica acrescenta ainda uma função política de distenção social às celebrações, tolerando o espírito satírico, a crítica aos governos e governantes nos festejos.

A civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o carnaval à celebração ordeira, de carater artístico, com bailes e desfiles alegóricos.

Depois do Egipto, o primeiro, do segundo em Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o Carnaval encontra no Rio de Janeiro o seu quarto centro de excelência resgatando o espírito de Baco e Dionisus em tese de Hiram Araújo, estudioso do carnaval e do samba, ao contar uma história que completa seu sexto milênio e que acompanha a própria história da humanidade, a história do carnaval, considerando os seus Centros de Excelência, dividida em quatro períodos: o Originário, (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão ( do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX).

"Centros de Excelência responsáveis pela criação e irradiação dos modelos da festa. Cada Centro de Excelência do Carnaval, age como verdadeira usina de forças centrípetas absorvendo as culturas dos povos e de forças centrífugas irradiando os modelos de carnaval para o mundo. Os padrões de carnaval irradiados sofrem adaptações nas cidades em que os carnavais ocorrem."

from: http://www.artes.com/carnaval/historia.html
No site pode ainda encontrar-se uma cronologia desta festa a partir do trabalho original do Professor Hiran Araújo.

O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas.

O que é o Carnaval para os portugueses?
De ano para ano multiplicam-se as cidades que, com carros alegóricos e outras folias transformaram o Carnaval português numa festa muito próxima do Carnaval brasileiro. ainda que com menos fautosidade e com ... mais roupa... porque o frio ainda aperta!
É o carnaval de Torres Vedras que, para alguns, é o Carnaval "mais português de Portugal", o de Ovar, o da Mealhada...etc.
Para quem não assiste a estes grandes desfiles, restam ainda as inúmeras festas ou bailes de máscaras que se realizam um pouco por todo o país.

O Carnaval para mim...
Eu, todos os anos, passo o Carnaval fora de Lisboa.
Passo numa pequena aldeia albicastrense (vulgo do distrito de Castelo Branco), na terra natal da minha mãe.
Durante muitos anos, foi a única festa de Carnaval nas proximidades e, nessa altura, o baile enchia. A festa ficava a "rebentar pelas costuras" e conheciam-se pessoas de muitos lados que ali se deslocavam para festejar o Carnaval.

Nos últimos anos, o número de festas na mesma altura tem vindo a aumentar bastante e, na proporção inversa, são cada vez menos aqueles que vêm de outros locais para a "nossa" festa.
No entanto, apesar de ser apenas um baile com artistas desconhecidos, é uma festa com grande valor para todos os que lá nasceram ou para os seus filhos que mantiveram contacto com o local. É a altura dos emigrantes regressarem (para além de virem no Verão) e de todos aqueles que estão espalhados pelo país tentarem juntar-se. Novos e velhos juntam-se e celebram a festa da aldeia.
Ao ponto de custar muito a quem, por qualquer motivo, não puder ir. E só não se vai se realmente não der mesmo. Senão, mesmo com muita ginástica, lá se faz o esforço.
Quando não se está lá, só se pensa em lá estar...

E para vocês, o que é o Carnaval?

Agradecimentos a CP que lembrou o tema do Carnaval para a letra C.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

B de Bolonha

O Processo de Bolonha visa a construção de um Espaço Europeu do Ensino Superior que promova a mobilidade de docentes, de estudantes e a empregabilidade de diplomados.

Países membros
Espanha
Estónia
Ex-República Jugoslava daMacedónia
FederaçãoRussa
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Irlanda
Islândia
Itália
Letónia
Liechtenstein
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Noruega
Polónia
Reino Unido
RepúblicaCheca
Roménia
Santa Sé
Sérvia eMontenegro
Suécia
Suíça
Portugal
Turquia

Declaração de Bolonha I
Em Junho de 1999 os Ministros da Educação de 29 Estados Europeus, entre
os quais Portugal, subscreveram a Declaração de Bolonha que contém, como objectivo claro, o estabelecimento, do Espaço Europeu de Ensino Superior, coerente, compatível, competitivo e atractivo para estudantes europeus e de países terceiros.

Declaração de Bolonha II
Em função deste propósito foram identificadas seis linhas de acção:
• Adopção de um sistema de graus comparável e legível;
• Adopção de um sistema de ensino superior fundamentalmente baseado em dois ciclos;
• Estabelecimento de um sistema de créditos;
• Promoção da mobilidade;
• Promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade;
• Promoção da dimensão europeia no Ensino Superior.

Bolonha em Portugal
Na medida da necessária assumpção repartida de responsabilidade na
implementação deste processo por parte do Governo, Administração e Instituições de Ensino Superior estamos a proceder a profunda discussão, a nível nacional e também a nível parlamentar, do conjunto de acções a realizar, das quais destacamos:
- Consolidação do sistema europeu de transferência de créditos (ECTS),
- Concretização do sistema de reconhecimento de graus académicos com a emissão gratuita do Suplemento ao Diploma em língua Europeia profundamente utilizada;
- Adopção de uma estrutura de grau baseada essencialmente em dois ciclos.

Processo de implementação de Bolonha a nível nacional III
- Promoção da mobilidade de estudantes, de docentes e de pessoal não docente;
- Adopção de medidas de promoção efectiva da dimensão europeia do
ensino superior;
- Sistema nacional de avaliação e acreditação do ensino superior;
- Adopção de medidas que fomentem a participação dos estudantes em todas as fases de implementação do Processo, incluindo a criação de condições efectivas de estudo e de vida, garantes da possibilidade de conclusão dos cursos ou estudos em tempo razoável, sem obstáculos associados à condição económica ou social dos estudantes;

Processo de implementação de Bolonha a nível nacional IV
a. Adopção de medidas e programas necessários ao reforço da atractividade do ensino superior europeu, nomeadamente reforçando a política de concessão de bolsas de estudo a estudantes de países exteriores ao espaço europeu, sempre na observância rigorosa de qualidade e valores académicos;
c. Adopção de medidas que enriqueçam a contribuição do ensino superior na concretização da Aprendizagem ao Longo da Vida, nomeadamente fazendo uso do sistema europeu de transferência de créditos ECTS na valorização profissional.

Estas e outras informações em:
http://www.territorio.pt/plano_accao_mces.pdf

Contudo, a questão que se impõe é: como o processo de Bolonha vai afectar, na prática, os estudantes ? Principalmente, aqueles que se encontram na Universidade...

  • Como ficarão os seus cursos?
  • Com que grau ficarão?
  • Terão dificuldades em acabar o curso devido a cadeiras a mais ou a menos?
  • Como serão vistos no espaço europeu?

Os estudantes estão à espera de explicações. E esperam que Bolonha seja, realmente, uma mais valia para todos.

O B de Bolos sugerido por CP também não era má ideia mas achei que a declaração de Bolonha estava mais na ordem no dia e é algo que me afecta directamente, uma vez que sou estudante universitária.

Contudo també falo dos Bolos - gosto mas não é nada que aprecie assim muito. E vocês?


quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A de Amor

imagem de http://www.laurapoesias.com/poesias3/amor_e_fogo_que_arde.htm

Amor é fogo que arde sem se ver
Luis Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

É assim o amor. Tão diferente, tão contrário, tão cheio de alegrias e ao mesmo tempo de tristezas. Camões tão bem o soube descrever.

A todos os que amam.
A todos os que um dia tiveram uma história de amor que não teve fim. Que ficou perdida no tempo. Que continua num cantinho da nossa cabeça e do nosso coração mas que já faz parte do passado.

Porque a vida continua.

E nós também.

Alfabeto

A partir de hoje irei escolher uma palavra para cada letra do alfabeto e irei falar sobre ela.
Aceitam-se sugestões e esperam-se comentários!

domingo, fevereiro 05, 2006

Castells, a tecnologia e Portugal no DN online.

No caso português (ou da Catalunha), a chave passa pela educação.
"Portugal tem um contraste entre um sector pequeno muito moderno, em termos culturais, tecnológicos e de competividade. Mas a maioria não está só na idade industrial, mas mesmo numa sociedade agrária. O mais importante na sociedade informacional é a educação. Temos uma população não educada. É necessário mudar isso para viver numa sociedade em rede", afirma Castells.
Diz o DN online.

Pois é. O desenvolvimento passa pela educação. Já todos sabem mas os nossos governantes investem cada vez menos na educação.
As universidades têm propinas cada vez mais caras e são cada vez menos "amparadas" (no caso das públicas) pelo dinheiro do governo. Têm de se auto-subsidiar e isso custa dinheiro. Menos professores bons, professores com horários sobrecarregados ou alunos que não conseguem acompanhar o aumento das despesas. Sim, porque os alunos não pagam apenas as propinas. Pagam livros, fotocópias, e outro material necessário que, muitas vezes, as universidades não têm,etc, etc, etc.

Num país cada vez mais na "cauda" será que não é altura de mudar de estratégia. Pensar que se deve investir na educação para que daqui a 5 ou 10 ano consigamos desenvolver Portugal. E entretanto aproveitar da melhor forma os recusros que temos.
Mas os governos só conseguem ver o imediato.

Apesar disso, o "choque tecnológico" proposto pelo governo é um bom principio.
A tentativa de requalificar os licenciados no desemprego, também.

Mas isso não chega.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Analógico vs Digital


foto de: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=view&id=32748

Vi uma noticia que me intrigou bastante. A Nikon vai deixar de fazer modelos de máquinas fotográficas analógicas e a Konica-Minolta vai sair do negócio da fotografia e dedicar-se à pesquisa electrónica, associada à Microsoft.
Foi apenas há 70 anos que a Nikon começou a fabricar máquinas fotográficas...e hoje as máquinas analógicas são apenas 5% das vendas. Deixaram de ser rentáveis.

É muito mais cómodo ter uma máquina digital. Retocar as nossas fotografias. Tirar centenas sem que o custo seja muito elevado. Guardar num computador ou num CD centenas de fotografias. Imprimir apenas aquelas que realmente queremos....Enfim, a verdadeira democratização da fotografia. Fácil e barato.

No entanto, não posso deixar de me questionar...não estaremos a perder a verdadeira magia da fotografia?
Aquela magia que apenas um negativo nos poderia oferecer. Uma imagem que uma caixa negra guardava dentro dela e que nos deixava em suspense até a revelarmos. Noções de fotografia, de conhecimentos de luz e outros que vamos deixar de aprender. No futuro, talvez já nem saibamos o que são.
Será que amanhã, uma explicação do que é a fotografia aos nossos flhos vai parecer uma história de encantar e não a realidade aqui tão perto?

É preciso aproveitar o futuro...mas sem nunca esquecer o passado e o que ele nos ensinou!

domingo, janeiro 15, 2006

Eu...sou eu

Ao ler uma postagem, num blog bastante interessante (http://silenciosdemim.blogspot.com) dei por mim a pensar que também eu quero ser diferente. Quero ser eu própria. Sou eu própria, ou pelo menos penso que sim...
Também eu tenho vontade de quebrar as regras e gritar ao mundo que não deve ser assim.
Também eu, por vezes, me sinto parte de uma fotografia onde o sorriso é ficticio. Também eu sinto, algumas vezes, que eu não sou eu, que sou o que os outros querem.
Na maioria das coisas, eu decido por mim. mas...e aquelas pequenas coisas que não são nada e que, quando damos conta, já são tanto?!
Queria quebrar as regras, deixar os que conheço e partir para algo diferente.
Mas ao mesmo tempo, o medo de me arrepender segura-me onde estou. Era tão bom se os outros ficassem como que supensos, parados à espera que nós voltassemos se assim o quiséssemos! Mas não, se quisermos voltar, se calhar algumas pessoas já não estarão à nossa espera. Nem têm de estar. Eu, se calhar, também não esperava.
Não se pode pedir a alguém que suspenda a vida enquanto vamos procurar a nossa. E se não voltarmos? Como se sentirão as pessoas?!
Eu...sou eu e ao mesmo tempo não me reconheço em mim.
Será que isto são meras divagações? Ou um dia terei coragem e vou perceber que até lá nunca vivi?

Quero tanto e tão pouco. Quero o mundo e quero apenas o meu cantinho.
Assim...sou eu.