sexta-feira, janeiro 02, 2009

Dois meses muito lixados


Em dois meses tanta coisa mudou, tanta alegria desapareceu assim como desapareceram algumas pessoas importantes na minha vida.

Comecemos pelo principio. No início de Novembro a minha sogra aleijou-se no joelho (e foi tão mal atendida no Hospital de Castelo Branco que ainda hoje coxeia e talvez nunca venha a ficar boa!!!!).

Uma semana depois um dos meus cunhados bate com o carro e por pouco não morre neste acidente. Ainda o carro dele não estava arranjado (e continua por arranjar!!! Os seguros são um espectáculo), leva a Castelo Branco a carrinha dos pais dele (a única que tinham para ir a algum lado e para ir às hortas), dorme lá e no outro dia encontra apenas o lugar vazio. Era uma Mitsubishi Strakar e nunca mais a vimos!!!

Mas o pior ainda estava para vir. A 27 de Novembro recebemos uma notícia que ninguém devia receber. Um dos meus cunhados morreu em França (ele ia fazer apenas 23 anos na semana seguinte!). Ele era madeireiro. Uma árvore arrancou-se e uma das raízes veio bater-lhe no peito. Tirou-lhe o ar e ele morreu instantaneamente. Uma morte estúpida...

Como é que se dá esta notícia aos pais que ainda não se tinham refeito das tristezas anteriores? Aliás, como se dá esta notícia a qualquer pai ou mãe? De que perderam um filho que não estava doente. De que perderam o filho que tinha saido há uma semana do pé deles, que tinham estado a apanhar a azeitona e tinham rido juntos...

Fomos até França e não conseguíamos acreditar que ele não estava connosco. Ficámos junto ao corpo até podermos trazê-lo e olhávamos para ele incrédulos... ele estava exactamente como era, não tinha nada partida, nada ferido... só estava MORTO.

Mas ainda não tinha acabado. Um primo dele que me trouxe de carro para Lisboa no fim do funeral, morreu na semana seguinte. Abalroado por um camião que não se fez rogado em avançar quando tinha apenas um intermitente. Deixa uma filha de 17 anos e uma mulher numa cadeira de rodas com um cancro no cérebro. Os últimos tempos da vida dele não foram fáceis. mas não precisava de acabar assim. Não merecia. Ninguém merecia.

E para o ano acabar em grande, dia 30 de Dezembro um dos meus cunhados bate com o carro do meu marido e assim, nem a passagem de ano, pôde ser como tínhamos planeado.

Foi o ano em que me casei mas os últimos meses de 2008 não deixaram saudades. Viva 2009 e que este ano nos traga tudo de bom pois de mau já tivémos a nossa parte.