
Lídia começou por dizer que, "no mundo da literatura, pode dizer-se que, no principio, era a imagem".
Porque antes de cada livro, há uma imagem, fisica ou mental, que impulsiona a escrita. A imagem que, durante 10 anos, não saiu da cabeça de Lidia Jorge e, a partir da qual, se formou o seu livro "A Costa dos Múrmurios", foi uma imagem de uma chuva de Gafanhotos que presenciou em Moçambique, onde esteve durante a guerra colonial.
Lídia Jorge falou também do assombro que a assistiu quando viu pela primeira vez o filme a partir do seu livro. Não era nada como tinha imaginado e a sua primeira reacção foi não compreender. Mas depois percebeu. A literatura e o cinema têm diferentes caminhos e diferentes modos de contar uma história para chegarem aos mesmos sitios e aos mesmos sentimentos. Lidia percebu isso, notou uma grande obra no filme e sente-se agradecida por não ter participado no processo de produção do filme "pois teria sido um erro". Uma aprendizagem que não esquece.
De seguida, teve lugar o painel "Fabricar Olhares" com moderação de Jacinto Godinho, jornalista da RTP e professor da FCSH.
Os intervenientes neste painel foram o professor universitário e critico de cinema, Eduardo Cintra Torres, que veio falar de um cd didáctico encomendado pelo Ministério da Educação, subordinado à compreensão das imagens, cujo titulo é" Ler Imagens".
Beatriz Batarda, actriz, esteve também presente e falou da imagem do actor (onde preza muito a voz como inicio de construção de uma imagem) e ainda, do actor na imagem (da sua experiência e da necessidade de se compreender toda a téncica para melhor construir o personagem).
Ficou no ar a questão "porque não fazer um cd do mesmo género adaptado ao nível universitário e também fazer venda ao público?
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