quinta-feira, fevereiro 23, 2006

C de



História
Em Roma
, em Glória ao deus Saturno, comemoravam-se as Saturnais.Esse festejos eram de tamanha importância que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na "avenida", com homens e mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Muitos dizem que daí saiu a expressão carnevale.

A história do carnaval começa no princípio da nossa civilização, na origem dos rituais, nas celebrações da fertilidade e da colheita nas primeiras lavouras, às margens do Nilo, há seis mil anos atrás.Os primeiros agricultores exerciam a capacidade humana, que já nas nas cavernas se distingiuia em volta da fogueira, da dança, da música, da celebração...

Foram na intenção da Deusa Isis, no Egito Antigo, as primeiras celebrações carnavalescas.Com a evolução da sociedade grega evoluiram os rituais, acrescidos da bebida e do sexo, nos cultos ao Deus Dionisus com as celebrações dionisíacas.Na Roma Antiga bacanais, saturnais e lupercais festejavam os Deuses Baco, Saturno e Pã. A Sociedade Clássica acrescenta ainda uma função política de distenção social às celebrações, tolerando o espírito satírico, a crítica aos governos e governantes nos festejos.

A civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o carnaval à celebração ordeira, de carater artístico, com bailes e desfiles alegóricos.

Depois do Egipto, o primeiro, do segundo em Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o Carnaval encontra no Rio de Janeiro o seu quarto centro de excelência resgatando o espírito de Baco e Dionisus em tese de Hiram Araújo, estudioso do carnaval e do samba, ao contar uma história que completa seu sexto milênio e que acompanha a própria história da humanidade, a história do carnaval, considerando os seus Centros de Excelência, dividida em quatro períodos: o Originário, (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão ( do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX).

"Centros de Excelência responsáveis pela criação e irradiação dos modelos da festa. Cada Centro de Excelência do Carnaval, age como verdadeira usina de forças centrípetas absorvendo as culturas dos povos e de forças centrífugas irradiando os modelos de carnaval para o mundo. Os padrões de carnaval irradiados sofrem adaptações nas cidades em que os carnavais ocorrem."

from: http://www.artes.com/carnaval/historia.html
No site pode ainda encontrar-se uma cronologia desta festa a partir do trabalho original do Professor Hiran Araújo.

O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas.

O que é o Carnaval para os portugueses?
De ano para ano multiplicam-se as cidades que, com carros alegóricos e outras folias transformaram o Carnaval português numa festa muito próxima do Carnaval brasileiro. ainda que com menos fautosidade e com ... mais roupa... porque o frio ainda aperta!
É o carnaval de Torres Vedras que, para alguns, é o Carnaval "mais português de Portugal", o de Ovar, o da Mealhada...etc.
Para quem não assiste a estes grandes desfiles, restam ainda as inúmeras festas ou bailes de máscaras que se realizam um pouco por todo o país.

O Carnaval para mim...
Eu, todos os anos, passo o Carnaval fora de Lisboa.
Passo numa pequena aldeia albicastrense (vulgo do distrito de Castelo Branco), na terra natal da minha mãe.
Durante muitos anos, foi a única festa de Carnaval nas proximidades e, nessa altura, o baile enchia. A festa ficava a "rebentar pelas costuras" e conheciam-se pessoas de muitos lados que ali se deslocavam para festejar o Carnaval.

Nos últimos anos, o número de festas na mesma altura tem vindo a aumentar bastante e, na proporção inversa, são cada vez menos aqueles que vêm de outros locais para a "nossa" festa.
No entanto, apesar de ser apenas um baile com artistas desconhecidos, é uma festa com grande valor para todos os que lá nasceram ou para os seus filhos que mantiveram contacto com o local. É a altura dos emigrantes regressarem (para além de virem no Verão) e de todos aqueles que estão espalhados pelo país tentarem juntar-se. Novos e velhos juntam-se e celebram a festa da aldeia.
Ao ponto de custar muito a quem, por qualquer motivo, não puder ir. E só não se vai se realmente não der mesmo. Senão, mesmo com muita ginástica, lá se faz o esforço.
Quando não se está lá, só se pensa em lá estar...

E para vocês, o que é o Carnaval?

Agradecimentos a CP que lembrou o tema do Carnaval para a letra C.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

B de Bolonha

O Processo de Bolonha visa a construção de um Espaço Europeu do Ensino Superior que promova a mobilidade de docentes, de estudantes e a empregabilidade de diplomados.

Países membros
Espanha
Estónia
Ex-República Jugoslava daMacedónia
FederaçãoRussa
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Irlanda
Islândia
Itália
Letónia
Liechtenstein
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Noruega
Polónia
Reino Unido
RepúblicaCheca
Roménia
Santa Sé
Sérvia eMontenegro
Suécia
Suíça
Portugal
Turquia

Declaração de Bolonha I
Em Junho de 1999 os Ministros da Educação de 29 Estados Europeus, entre
os quais Portugal, subscreveram a Declaração de Bolonha que contém, como objectivo claro, o estabelecimento, do Espaço Europeu de Ensino Superior, coerente, compatível, competitivo e atractivo para estudantes europeus e de países terceiros.

Declaração de Bolonha II
Em função deste propósito foram identificadas seis linhas de acção:
• Adopção de um sistema de graus comparável e legível;
• Adopção de um sistema de ensino superior fundamentalmente baseado em dois ciclos;
• Estabelecimento de um sistema de créditos;
• Promoção da mobilidade;
• Promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade;
• Promoção da dimensão europeia no Ensino Superior.

Bolonha em Portugal
Na medida da necessária assumpção repartida de responsabilidade na
implementação deste processo por parte do Governo, Administração e Instituições de Ensino Superior estamos a proceder a profunda discussão, a nível nacional e também a nível parlamentar, do conjunto de acções a realizar, das quais destacamos:
- Consolidação do sistema europeu de transferência de créditos (ECTS),
- Concretização do sistema de reconhecimento de graus académicos com a emissão gratuita do Suplemento ao Diploma em língua Europeia profundamente utilizada;
- Adopção de uma estrutura de grau baseada essencialmente em dois ciclos.

Processo de implementação de Bolonha a nível nacional III
- Promoção da mobilidade de estudantes, de docentes e de pessoal não docente;
- Adopção de medidas de promoção efectiva da dimensão europeia do
ensino superior;
- Sistema nacional de avaliação e acreditação do ensino superior;
- Adopção de medidas que fomentem a participação dos estudantes em todas as fases de implementação do Processo, incluindo a criação de condições efectivas de estudo e de vida, garantes da possibilidade de conclusão dos cursos ou estudos em tempo razoável, sem obstáculos associados à condição económica ou social dos estudantes;

Processo de implementação de Bolonha a nível nacional IV
a. Adopção de medidas e programas necessários ao reforço da atractividade do ensino superior europeu, nomeadamente reforçando a política de concessão de bolsas de estudo a estudantes de países exteriores ao espaço europeu, sempre na observância rigorosa de qualidade e valores académicos;
c. Adopção de medidas que enriqueçam a contribuição do ensino superior na concretização da Aprendizagem ao Longo da Vida, nomeadamente fazendo uso do sistema europeu de transferência de créditos ECTS na valorização profissional.

Estas e outras informações em:
http://www.territorio.pt/plano_accao_mces.pdf

Contudo, a questão que se impõe é: como o processo de Bolonha vai afectar, na prática, os estudantes ? Principalmente, aqueles que se encontram na Universidade...

  • Como ficarão os seus cursos?
  • Com que grau ficarão?
  • Terão dificuldades em acabar o curso devido a cadeiras a mais ou a menos?
  • Como serão vistos no espaço europeu?

Os estudantes estão à espera de explicações. E esperam que Bolonha seja, realmente, uma mais valia para todos.

O B de Bolos sugerido por CP também não era má ideia mas achei que a declaração de Bolonha estava mais na ordem no dia e é algo que me afecta directamente, uma vez que sou estudante universitária.

Contudo també falo dos Bolos - gosto mas não é nada que aprecie assim muito. E vocês?


quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A de Amor

imagem de http://www.laurapoesias.com/poesias3/amor_e_fogo_que_arde.htm

Amor é fogo que arde sem se ver
Luis Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

É assim o amor. Tão diferente, tão contrário, tão cheio de alegrias e ao mesmo tempo de tristezas. Camões tão bem o soube descrever.

A todos os que amam.
A todos os que um dia tiveram uma história de amor que não teve fim. Que ficou perdida no tempo. Que continua num cantinho da nossa cabeça e do nosso coração mas que já faz parte do passado.

Porque a vida continua.

E nós também.

Alfabeto

A partir de hoje irei escolher uma palavra para cada letra do alfabeto e irei falar sobre ela.
Aceitam-se sugestões e esperam-se comentários!

domingo, fevereiro 05, 2006

Castells, a tecnologia e Portugal no DN online.

No caso português (ou da Catalunha), a chave passa pela educação.
"Portugal tem um contraste entre um sector pequeno muito moderno, em termos culturais, tecnológicos e de competividade. Mas a maioria não está só na idade industrial, mas mesmo numa sociedade agrária. O mais importante na sociedade informacional é a educação. Temos uma população não educada. É necessário mudar isso para viver numa sociedade em rede", afirma Castells.
Diz o DN online.

Pois é. O desenvolvimento passa pela educação. Já todos sabem mas os nossos governantes investem cada vez menos na educação.
As universidades têm propinas cada vez mais caras e são cada vez menos "amparadas" (no caso das públicas) pelo dinheiro do governo. Têm de se auto-subsidiar e isso custa dinheiro. Menos professores bons, professores com horários sobrecarregados ou alunos que não conseguem acompanhar o aumento das despesas. Sim, porque os alunos não pagam apenas as propinas. Pagam livros, fotocópias, e outro material necessário que, muitas vezes, as universidades não têm,etc, etc, etc.

Num país cada vez mais na "cauda" será que não é altura de mudar de estratégia. Pensar que se deve investir na educação para que daqui a 5 ou 10 ano consigamos desenvolver Portugal. E entretanto aproveitar da melhor forma os recusros que temos.
Mas os governos só conseguem ver o imediato.

Apesar disso, o "choque tecnológico" proposto pelo governo é um bom principio.
A tentativa de requalificar os licenciados no desemprego, também.

Mas isso não chega.